A situação do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) não é nada fácil. O Ministério Público do Rio de Janeiro vê indícios de lavagem de dinheiro na compra e venda de imóveis por parte do filho do presidente Jair Bolsonaro, de acordo com informações divulgadas pela revista Veja, nesta quarta-feira (15).
Entre os anos de 2010 e 2017, quando atuava como deputado estadual, Flávio teria investido R$ 9,425 milhões de reais na compra de 19 imóveis. Entre os bens, estão salas e apartamentos.
Com a venda desses imóveis, Flávio teria lucrado R$ 3,089 milhões nas transações imobiliárias. De acordo com documento obtido pela Veja, 95 pessoas ligadas ao senador tiveram seus sigilos bancários e fiscais quebrados.
Para o Ministério Público, a fraude pode ter ocorrido pra “simular ganhos de capital fictícios”. O objetivo era encobrir enriquecimento ilícito. O MP suspeita que Flávio Bolsonaro cobrava a devolução de parte do salário dos funcionários.
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Flávio Bolsonaro alega estar sendo perseguido por ser filho do presidente da República. Os promotores do MP, por outro lado, exemplificam as suspeitas. Em 2012, o então deputado comprou apartamento por R$ 140 mil. Quinze meses depois, venceu por R$ 550 mil. A valorização foi de 292% sendo que nesse período a valorização dos imóveis do bairro ficou na casa de 11%.
Entre dezembro de 2008 e setembro de 2010, Flávio comprou dez salas comerciais na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, por R$ 2,662 milhões. Todas foram vendidas em outubro de 2010 para a MCA Exportação e Participações por R$ 3,167 milhões. Um dos sócios da empresa, a Listel S.A., é sediada no Panamá. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enxerga indícios de “lavagem de dinheiro na negociação com empresa sediada em paraíso fiscal”.